O Google passará a desenvolver 100% do Android a portas fechadas, conforme informado ao site Android Authority. O sistema continuará seguindo princípios de código aberto, mas, em vez de ser dividido entre duas frentes — Android Open Source Project (AOSP) e uma branch (que é uma ramificação) interna licenciada com Google Mobile Services (GMS) —, todo o desenvolvimento acontecerá em um único fluxo interno.
Com essa mudança, o processo de desenvolvimento do Android será mais discreto. Isso significa que os updates não serão mais publicados de forma assíncrona — AOSP e branch GMS — como ocorre atualmente.
Na prática, o impacto para os usuários finais é pequeno, mas a mudança tende a otimizar o trabalho do Google. A manutenção de duas branches, ou ramificações, exige mais esforço e, por vezes, resulta em inconsistências ou conflitos que demandam ajustes adicionais.

Outro problema da segmentação é a falta de sincronização: o AOSP frequentemente fica desatualizado em relação à variante com licença GMS. O processo de atualização gera retrabalho e aumenta o tempo necessário para desenvolvimento.
O Android Authority ressalta que a adoção do método Trunk-Based Development (“Desenvolvimento baseado em troncos”, em português) ajudou a reduzir a disparidade entre as branches AOSP e GMS, mas não foi suficiente para eliminá-la completamente.
Ainda assim, o AOSP não é uma versão defasada do sistema. Ele serve como base para componentes essenciais do Android, incluindo suporte a hardware, frameworks e refinamentos no kernel. Outras partes do sistema, no entanto, são desenvolvidas diretamente na branch GMS.
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A unificação das branches começará na próxima semana, segundo o Android Authority. Todo o desenvolvimento passará a acontecer exclusivamente na branch GMS (interna) do Google. O código-fonte continuará sendo publicado, mas apenas quando a variante interna estiver finalizada.
Entenda a plataforma Android
Lançado na versão 1.0 em setembro de 2008, o Android é o sistema operacional do Google para dispositivos móveis e outros aparelhos. Ele está presente na imensa maioria dos smartphones que não são da Apple, cujo sistema é o iOS.
Desde sua criação, o Android é um software de código aberto — ou seja, seu código-fonte é público, permite colaborações externas e pode ser redistribuído. A espinha dorsal do sistema é o Android Open Source Project (AOSP), que contém os principais alicerces da plataforma e é distribuído sob a licença Apache 2.0, permitindo livre uso, modificação e redistribuição.

É a partir do AOSP que desenvolvedores e fabricantes criam ROMs alternativas — versões personalizadas do Android. Exemplos incluem a One UI (Samsung), o HyperOS (Xiaomi), o MyUX (Motorola) e o LineageOS.
A branch interna do Android, por outro lado, possui a licença Google Mobile Services (GMS), que dá acesso a recursos exclusivos da empresa. Essa versão é mais próxima do que os usuários finais recebem nos dispositivos da linha Pixel.
Quais os possíveis impactos da mudança?
Para os usuários finais, a mudança no fluxo de updates não deve causar impacto negativo. Pelo contrário, a alteração tornará o desenvolvimento do sistema mais direto, reduzindo redundâncias, retrabalho e inconsistências entre as duas branches do Android. No geral, isso tende a otimizar o processo e pode até acelerar o desenvolvimento de novas versões.
Para grandes fabricantes e desenvolvedores de ROMs alternativas, porém, os impactos são mais significativos. Como agora todo o desenvolvimento será interno, não será mais possível acompanhar mudanças futuras a partir do AOSP, reduzindo a previsibilidade para adaptações. Empresas que dependem do AOSP podem precisar ajustar seus cronogramas de atualização.
Os mais afetados serão desenvolvedores que colaboram com o projeto do Google e jornalistas que acompanham a evolução do Android. Como as informações antes disponíveis no AOSP não estarão mais acessíveis, novas descobertas sobre o sistema só serão possíveis com updates majoritários, que podem se tornar mais espaçados.
Android continua open source
Apesar da mudança para um desenvolvimento unificado e da redução na frequência de publicações do código-fonte, o Android continuará sendo uma plataforma de código aberto. Ao Android Authority, o Google reforçou seu compromisso em manter o Android open source — ou seja, não, o sistema não se tornará proprietário.
Assim, quando o Google lançar o Android 16, previsto para junho, o código-fonte também será disponibilizado. Dessa forma, fabricantes e desenvolvedores de ROMs poderão trabalhar em suas próprias versões do sistema.
Além disso, o Google continuará publicando o código-fonte do fork do Android para o Linux, garantindo conformidade com a licença GPLv2, que exige a disponibilização do código-fonte.
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