Preços na Amazon podem subir após impacto das tarifas de Trump, alerta CEO

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Os preços de produtos vendidos na Amazon podem aumentar, por causa do tarifaço de Donald Trump anunciado no início de abril, impactando a economia mundial. O alerta foi dado pelo CEO da gigante do comércio eletrônico, Andy Jassy, na quinta-feira (10).

De acordo com o executivo, a empresa está digerindo as mudanças nos custos provocadas pela guerra tarifária e seguirá tentando manter os valores praticados. Porém, ele acredita que os vendedores terceirizados provavelmente não conseguirão fazer o mesmo e acabarão repassando os custos para os consumidores em algum momento.

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Itens de vendedores terceirizados podem ter o preço impactado pelo tarifaço. (Imagem: Getty Images)

“Eu entendo por que, quero dizer, dependendo do país em que você está, você não tem 50% de margem extra com a qual possa jogar. Acho que eles vão tentar repassar o custo”, previu Jassy durante entrevista à CNBC, se referindo aos impactos das tarifas de Trump.

Respondendo por cerca de 60% do volume de vendas da Amazon, o mercado de vendedores terceirizados é composto por milhões de pessoas que utilizam os serviços da plataforma para alcançar clientes em todo o mundo. Grande parte delas é da China ou compra seus produtos por lá, país que recebeu a maior tarifa aplicada pela Casa Branca e apostou em retaliações.

Estoque antes do tarifaço

Temendo aumentos nos preços de seus produtos preferidos, alguns clientes da empresa foram às compras antes que as medidas do governo dos EUA entrassem em vigor. Segundo Jassy, a plataforma identificou mudanças no comportamento de vários usuários, que optaram por estocar uma série de itens.

“As pessoas não pararam de comprar e, em certas categorias, vemos pessoas comprando antecipadamente, mas é difícil saber se é apenas uma anomalia nos dados porque são apenas alguns dias ou quanto tempo vai durar”, explicou o CEO.

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Clientes da varejista se anteciparam e aumentaram as compras antes das novas tarifas dos importados. (Imagem: Getty Images)

De certa forma, esse tipo de comportamento foi adotado pela própria big tech, que realizou “compras estratégicas de estoque”, de acordo com o executivo, para se prevenir. Além disso, procurou fornecedores para renegociar os valores de determinados produtos e evitar aumentos que seriam repassados aos clientes.

A imposição das tarifas pelo governo Trump também deve gerar a elevação de custos para a construção de data centers que atendem ao uso cada vez maior das soluções de IA. Neste caso, a Amazon não deve sentir grandes impactos, pois passou a adquirir componentes em vários países, segundo Jassy, evitando a dependência de um só mercado.

Pedidos de fornecedores chineses cancelados

Embora tenha feito estoque antes do tarifaço, a gigante varejista começou a cancelar pedidos de vários produtos fabricados na China e em outros países asiáticos desde quando as novas taxas começaram a valer, conforme a Bloomberg. A medida teria sido tomada para evitar custos extras.

Itens como ar-condicionado, cadeiras de praia e patinetes, entre outros produtos de fornecedores diversificados da região, fazem parte da lista de cancelamento, como detalha o relatório. O documento obtido pela reportagem não cita o anúncio de Trump como motivador para a suspensão das compras, porém o momento em que ela aconteceu sugere tal relação.

Não ficou clara a abrangência dos cancelamentos de pedidos feitos aos fornecedores chineses nem quantos tipos de produtos foram afetados. Com os avanços da guerra comercial entre Washington e Pequim, os produtos chineses estão sendo taxados em 145%, conforme a atualização mais recente.

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