Gritar tão alto a ponto de seus pulmões quase colapsarem e você parar no hospital foi o que aconteceu com uma adolescente após ela ir ao show da banda One Direction. O caso raro, relembrado pelo Live Science nesta quarta-feira (12), ocorreu em 2017 no Texas (Estados Unidos).
A garota de 16 anos se sentiu mal no dia seguinte ao concerto, mas não apresentava tosse, dor de garganta, dor no peito nem doenças pulmonares pré-existentes — havia apenas histórico de diabetes tipo 1. Mas ao pressionar a pele próxima ao pescoço e ao peito, os médicos que a atenderam notaram um som diferente, marcado por estalos.
Conhecido como crepitação pulmonar, o ruído era causado por bolhas de ar que saíam dos pulmões e se prendiam na pele. Elas surgiam atrás da garganta da menina, entre os pulmões e o peito e ao redor do coração, como mostrou um raio-X feito pela equipe, que ajudou no diagnóstico.
Conforme os médicos, os gritos extremamente altos da fã do One Direction geraram um colapso pulmonar leve que fazia o ar escapar para os tecidos fora dos pulmões. Esta pode ter sido a causa do problema, como especularam os profissionais, pois a tomografia computadorizada não apontou nenhuma ruptura física no trato respiratório que levaria à formação das bolhas.
Sem relatos semelhantes
Em um estudo publicado naquele mesmo ano, especialistas classificaram a situação como um caso que ainda “não havia sido descrito na literatura médica”. Isso porque a garota desenvolveu de forma simultânea três condições raras: pneumotórax (ar escapando para o tórax), pneumomediastino (ar acumulado ao redor do coração) e pneumoretrofaringo (ar ao redor da garganta).
Há apenas poucos relatos de pessoas que desenvolveram pneumomediastino por gritos prolongados, mas nenhum associado às outras duas condições, ao mesmo tempo. De forma separada, esses quadros podem afetar pessoas com histórico de problemas pulmonares.
Eles são associados a infecções respiratórias, asma e, em algumas situações, a atividades intensas como levantamento de peso ou pilotagem de jatos militares. Por fim, os médicos sugeriram adicionar “gritos fortes durante shows de música pop” às causas que levam ao desenvolvimento de tais condições.
Quanto à fã da boy band, ela precisou ficar internada para observação enquanto recebia oxigênio a 100% por meio de máscara, sendo liberada quando uma radiografia do tórax mostrou que o quadro havia se estabilizado. Depois da alta, ela não foi mais acompanhada.
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