Falando na terça-feira (12) à conferência anual da Associação Internacional de Profissionais de Privacidade (IAPP), o CEO da Apple, Tim Cook, ficou à vontade para expressar alguns de seus temas preferidos: além da própria privacidade em si, o executivo também falou de segurança, rastreamento de anúncios e sideloading, a baixa de arquivos e programas fora das lojas de aplicativos.
Frente a uma plateia repleta de profissionais do assunto, Cook chamou a privacidade de “uma das batalhas mais essenciais do nosso tempo”. O alvo principal das críticas do executivo foram as empresas que monetizam megaoperações de coleta de dados de usuários, presumivelmente grandes redes sociais, como as plataformas do ecossistema da Meta.
Chamando-as de “complexo industrial de dados”, ele garantiu o compromisso da Apple em proteger a privacidade e a segurança das pessoas de regulamentações que possam, sob o pretexto de proteger a concorrência, estar “a serviço de algum outro objetivo”. Cook defendeu leis de privacidade nos EUA semelhantes às aprovadas na Europa nos últimos anos.
Projetos de leis sobre mercados digitais
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As preocupações de Tim Cook sobre legislação têm como destino duas leis em discussão em parlamentos distintos: a Lei de Mercados Digitais da União Europeia e a Lei de Mercados Abertos de Aplicativos dos EUA. Essa última, chamada de Open App Markets Act, apresenta em seu corpo um requisito que obriga plataformas como a Apple a permitir o sideload em seus dispositivos.
Citando como exemplo mais notável do risco de baixar aplicativos via sideloading, o substituto de Steve Jobs lembrou que muitos usuários do sistema Android que baixaram apps de rastreamento da covid-19 tiveram seus aparelhos infectados com ransomware.
Sobre a possibilidade de a Apple ser forçada a permitir aplicativos não controlado pela loja oficial em seus iPhones, Cook foi enfático: "Isso significa que empresas famintas por dados poderiam evitar nossas regras de privacidade e mais uma vez rastrear nossos usuários contra a vontade deles".
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