O serviço de streaming Apple TV+ faz a Apple perder anualmente cerca de US$ 1 bilhão — ou R$ 5,68 bilhões, na cotação atual da moeda. O relato vem de uma reportagem do site The Information, que diz ter conversado com duas fontes anônimas envolvidas com o tema.
De acordo com a matéria, a Maçã já teria investido US$ 5 bilhões por ano em conteúdo desde o lançamento da Apple TV+, que aconteceu em 2019. Porém, esse orçamento acabou reduzido para cerca de US$ 500 milhões em 2024. O corte no orçamento não foi confirmado oficialmente pelo CEO da Apple, Tim Cook. Entretanto, ainda segundo o The Information, o executivo com frequência elogia publicamente e em reuniões com investidores o catálogo do serviço.
O Apple TV+ atualmente está em evidência com a exibição da segunda temporada de Ruptura, uma das séries mais elogiadas do ano até o momento. Além disso, ela inclui também seriados como Ted Lasso (um sucesso de público e com nova temporada recentemente confirmada), The Morning Show, Falando a Real e Silo, entre outras.
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O filme Coda - No Ritmo do Coração, também de produção dela, foi o vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2023. A plataforma ainda teve dez indicações no ano seguinte por Assassinos da Lua das Flores, mas não teve produções escolhidas para a cerimônia de 2025.
Por que a Apple TV+ não é lucrativa?
Há vários fatores que, juntos, explicam o porquê do prejuízo gerado pela Apple TV+. Alguns deles envolvem o modelo de negócios adotado pela marca, enquanto outros estão mais relacionados com todo o setor de streaming.
O fator mais geral envolve o modelo de negócios de streaming, que não é lucrativo como um todo: a indústria gira em torno de gastos altos e uma barreira muito elevada de receita para se tornar sustentável. Até por isso, companhias como Disney, Warner Bros., Netflix e Amazon eventualmente adicionam novas formas de monetização ou alteram políticas de assinantes.
Outro ponto da disputa inclui o mercado em si: a concorrência atualmente é elevada contra grandes conglomerados do entretenimento no streaming, com catálogos que prezam pela quantidade e realizam vários licenciamentos ou investimentos para ter mais produções originais ou de parceiras.
A Apple TV+, por outro lado, foca em uma biblioteca mais enxuta, com um baixo número de conteúdos de acervo não original, e faz menos lançamentos anualmente. Ela também tende a ser menos usada pelo público sem dispositivos da própria marca — aponto de só recentemente a plataforma ganhou um aplicativo para Android.
Quais os números da Apple TV+ atualmente?
A Apple não divulga todos os dados referentes ao streaming, mas estimativas apontam que o serviço fechou o ano de 2024 com uma base de 45 milhões assinantes. Para efeitos de comparação, a líder do mercado é a Netflix, com mais de 300 milhões de membros.
Além de estreias bastante aguardadas, ela conseguiu uma alta quantidade de novos cadastros quando comprou parte dos direitos de transmissão da Major League Soccer (MLS), o principal campeonato de futebol dos Estados Unidos — com interesse especial em transmitir as partidas de Lionel Messi pelo Inter Miami.
Em termos financeiros, as informações são ainda mais misteriosas. A Maçã não revela o desempenho fiscal da Apple TV+ separadamente, unificando ela e vários outros projetos na divisão "Serviços".
Esse braço da empresa concentra também assinaturas como Apple Music, Apple Arcade e iCloud. No geral, ele tem sido um dos mais bem sucedidos economicamente para a marca, gerando sozinho US$ 96 bilhões de receita no último ano fiscal. Ao todo, levando em conta a empresa inteira, o rendimento anual da Maçã foi de US$ 391 bilhões.
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Atualmente, a Apple TV+ custa R$ 21,90 mensais (ou US$ 6,99 no plano original dos Estados Unidos), com três meses gratuitos na compra de um dispositivo da Maçã ou sete dias de testes. Além disso, a plataforma faz parte do pacote de assinatura Apple One, que traz outros serviços da empresa sob um preço com desconto.
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