Após inúmeros rumores e discussões da comunidade no início do ano passado, Phil Spencer, chefe da Microsoft Gaming, praticamente tornou a empresa uma publisher multiplataformas ao lançar os principais jogos do Xbox nos consoles da concorrência. Na visão do ex-CEO da PlayStation, Shuhei Yoshida, essa decisão foi uma grande "vitória" para quem joga no PS4 ou PS5.
Em entrevista ao podcast Sacred Symbols, Yoshida, que se aposentou recentemente, foi questionado sobre a decisão da Microsoft em lançar os principais exclusivos do Xbox para PlayStation. “Acho que é uma vitória para os donos de um PlayStation, eles não tinham acesso [a esses jogos] antes”, celebrou o ex-CEO.
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"Expliquei em uma entrevista que sempre foi meu pesadelo quando eu era gerente de first-party, tive sorte que isso não aconteceu, que se a PlayStation se tornasse a plataforma minoritária, seria impossível manter o desenvolvimento first-party porque os melhores criadores iriam embora. Eles não são apenas criativos, eles também são empresários e eles também querem que seus jogos alcancem um público maior", argumentou Yoshida no podcast.
"É muito natural se uma plataforma for minoria e se eu conseguisse lançar um jogo somente na plataforma minoritária, seria insustentável. Esse era o pesadelo", continuou. "Olhando para a base instalada do hardware do Xbox, é meio natural entender o que eles estão fazendo, e é bem direto".
Japan Studio fechou as portas porque mercado de jogos AA "desapareceu"
Yoshida atuou em várias frentes na Sony por mais de 30 anos, então o executivo passou por todo tipo de situação possível dentro da empresa. Uma delas foi o encerramento das atividades da Japan Studio em 2021 — que, segundo o executivo, ocorreu por conta da morte do mercado de jogos AA.
Na entrevista, Yoshida também afirmou que a demanda pelas grandes produções AAA, assim como a popularização cada vez maior dos games independentes, cresceram consideravelmente. Consequentemente, o cerco para os projetos AA nos quais a Japan Studio estava envolvida foi se fechando.
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"A maioria das propriedades intelectuais que a Japan Studio tinha eram desse grupo menor de AA, e o mercado ficou realmente difícil para esse tipo de jogo", explicou o ex-SIE. “Por exemplo: Depois de Gravity Rush 2, o diretor Keiichiro Toyama tentou criar um novo conceito, mas eles nunca foram aprovados, apesar de serem realmente interessantes”.
Falando mais sobre Toyama, Yoshida relembra que o projeto sugerido pelo diretor parecia algo que a Sony não daria suporte — já que a empresa procurava por títulos AAA na época. “Então, quando a Japan Studios foi fechada e ele [Toyama] se tornou independente, ele conseguiu criar e lançar Slitterhead”, concluiu.
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Alguns dos principais jogos da Japan Studio incluíam Gravity Rush, Knack, Patapon e muitos outros. Sente falta dos projetos do estúdio japonês? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel!
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