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Realidade bizarra: Japão usa robôs para incentivar crescimento populacional

Empresas investem em mecanismos capazes de estimular pessoas a ter filhos reais e que ensinam como lidar com diferentes etapas do desenvolvimento humano

em 18/10/2016, 08:26
Realidade bizarra: Japão usa robôs para incentivar crescimento populacional

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Um dos países mais desenvolvidos do mundo, o Japão tem um grande desafio pela frente. Com uma população cada vez mais envelhecida, o país tem uma das menores taxas de natalidade do mundo — a previsão é de que, em 2050, exista o dobro de pessoas com 70 anos ou mais em relação àquelas na faixa dos 15 a 30 anos.

Como forma de contornar esse problema, algumas empresas do país estão investindo no desenvolvimento de robôs que imitam o comportamento de bebês. Entre elas está  a Toyota, que lançou recentemente o Kirobo Mini com o intuito de promover respostas emocionais em humanos e convencê-los a se reproduzir.

O robô não tem a aparência de um bebê real, mas consegue imitar comportamentos como reconhecer pessoas e responder a elas em tons agudos. Além disso, o mecanismo se movimenta de forma instável para promover a sensação de que é preciso ficar atento a ele.

Já o Yotaro, desenvolvido pela Universidade Tsukuba, usa tecnologias de projeção para criar uma face capaz de simular emoções e expressões faciais reconhecíveis. A simulação reage a toques e pode emular diferentes tipos de humor e até mesmo o que acontece quando uma criança está doente.

Cuidado em todas as idades

Além de promover o crescimento populacional, os robôs surgem como forma de treinar casais para os desafios que um filho representa em diversas idades. Assim, há desde mecanismos como o Noby, que simula o comportamento de um bebê de 9 meses, até o CB2, criado para ser similar a uma criança com 2 anos de idade.

Embasando o desenvolvimento desses mecanismos, pesquisas mostram que os “pais” conseguem se conectar emocionalmente a robôs que têm aparências ou comportamento similares a humanos. Embora a maioria dos dispositivos hoje sejam construídos para emular o comportamento esperado em crianças, futuramente a inteligência artificial deve ser usada para dar base a mecanismos capazes de formar relações únicas com pessoas diferentes.

O uso de robôs em geral traz à tona muitas questões, tanto éticas quanto técnicas

O desenvolvimento das máquinas vem acompanhado por algumas questões éticas, que vão da possibilidade de pais escolherem as características de suas “crianças” até a substituição de aparelhos defeituosos por novas unidades. Algo que parece simples quando falamos de dispositivos eletrônicos, mas que gera complicações quando levamos em consideração objetos desenvolvidos com o intuito de criarmos laços emocionais com eles.

“O uso de robôs em geral traz à tona muitas questões, tanto éticas quanto técnicas. O problema da queda nas taxas de nascimento, no entanto, é real e está crescendo em diversas nações. Os robôs-bebês podem não se provar uma solução direta, mas podem levar a pesquisas que oferecem um melhor entendimento e a descobertas sobre o problema”, explica Mark Robert Anderson, professor de Computação e Sistemas de Informação da Edge Hill University.


Avatar do(a) autor(a): Felipe Gugelmin Valente

Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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